Quero ajudar a te ajudar, mas precisa se ajudar
Estava conversando com uma amiga que é formada em psicologia e cuja maior vocação é justamente ajudar as pessoas, Patrícia tem o dom de se mostrar solidária as dores alheias, ela deixou transparecer a em meio à nossa prosa, onde disse algo que ficou ecoando na minha cabeça: “Eu posso e quero ajudar, mas para que minha ajuda tenha efeito, a pessoa precisa me ajudar a ajudá-la e acima de tudo, ela precisa querer se ajudar”.
Existe uma máxima que afirma que o mundo é movido pelas perguntas e não pelas respostas, pois são as dúvidas que impulsionam o conhecimento, provocam o pensamento e nos fazem evoluir, então somos um imenso poço de questionamentos sobre nós mesmos e na maioria das vezes, o que nos falta não são respostas, mas as perguntas certas.
A pergunta é bem clara e simples: “Você sabe dizer quem é você?”, as respostas vão acontecer e o maior problema é que a neutralidade raramente existe, as respostas quase sempre serão dadas em tom de autodefesa, retratando-nos como vítimas frágeis, carentes ou injustiçadas por um mundo opressor.
E então vem a verdadeira provocação: é preciso confrontar o que pensamos sobre nós mesmos com o que os outros percebem, as respostas sobre nós já é de conhecimento e já sabemos “de cor e salteado”, mas é o que os outros pensam sobre nós que realmente faze a diferença, vale pedir a alguns conhecidos que apontem nossas qualidades e pontos fortes e até aí tudo bem, o desafio surge com a pergunta que mostra a verdade que poucos sabem como lidar, o que realmente é relevante sobre “quais são os meus defeitos e as minhas características negativas?”
Dê carta branca para que seu interlocutor fale livremente e sem restrições, sobre o que quiser e pelo tempo que desejar, esse será o verdadeiro teste de fogo: encarar o que o mundo realmente pensa sobre a personalidade supostamente linda e perfeita que muitas vezes, tentamos iludir os outros e a nós mesmos, de sermos iluminados e cheios de luz.
Muitos sequer sabem quem realmente são, possuem pouco autoconhecimento, tem dificuldade em lidar com seus próprios dramas e não reconhecem seus talentos, não se posicionam e acabam se construindo a partir de fragmentos dos outros, verdadeiras marionetes que dançam conforme a música alheia, a ausência de atitude em refletir sobre suas próprias características os provocam a serem apáticos e sem interesse.
Utilizando a análise SWOT , que é um método de planejamento voltado à tomada de decisões, observam-se quatro fatores essenciais: as forças que possuímos, as oportunidades que podemos alcançar, as fraquezas que nos limitam e as ameaças que nos cercam, para aplicar isso na vida, é indispensável o autoconhecimento, pois ele torna o caminho mais leve e consciente, até porque como bem diz a Patrícia, a vida ensina de duas formas que é pelo amor, através da busca por autoconhecimento e auto-observação ou pela dor, quando somos obrigados a aprender sozinhos, à custa do sofrimento.
Quando estamos juntos, podemos alcançar muito mais e a decisão de fazer isso cabe a cada um de nós.
Paulo C. Andrighe



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