E quando um conflito é uma boa treta

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Na verdade, a coisa toda é bem simples, o Senhor Deus Criador de tudo representa paz, plenitude, o céu, o paraíso e mais uma infinidade de adjetivos que remetem tudo o que é belo e bom, porém o caminho para se chegar até Ele passa inevitavelmente pelo caos e pela dor, entre nós e este mundo perfeito existe uma travessia que precisa ser vivenciada, o trajeto é único e também o mais complexo de todos, para chegar lá é preciso morrer.

Para alcançar a paz se faz necessário enfrentar uma boa treta, as tempestades fazem parte deste caminhar.

A vida é como uma linha em “zigue-zague”, em alguns momentos estamos lá em cima e em outros momentos lá embaixo, até alcançarmos a serenidade de um verdadeiro “Dalai Lama da vida”, essas oscilações nos lapidam, viver é justamente esse exercício constante de compreender, aprender, desaprender, reaprender e aceitar as emoções de ser imperfeito.

As brigas e discussões ou como se diz popularmente, as “tretas” da vida são etapas necessárias no processo de formação da personalidade, são essas ranhuras e cicatrizes que moldam o caráter, redefinem o ego e ampliam as formas de interpretar o mundo, elas revelam posicionamentos, estabelecem limites e nos convidam ao amadurecimento

Evitar os atritos que a trajetória da uma vida proporciona é negar a chance de evoluir, crescer é uma escolha assim como se acomodar também é, estes impasses e conflitos servem como fonte de aprendizado, a maneira como são resolvidos abre espaço para novas perspectivas e possibilidades de enxergar as expectativas sob novas verdades.

No livro A Arte da Guerra, Sun Tzu afirma que “Aquele que se empenha em resolver as dificuldades, resolve-as antes que elas surjam”, ele ensina que antecipar problemas e possíveis atritos é uma forma inteligente de se preparar, enfrentar confrontos exige coragem e determinação, mas agir com antecedência é a melhor maneira de evitar perdas e desgastes.

É fato que todos carregamos um anjinho em um ombro e um diabinho no outro, não se deve avaliar as consequências de ações apenas sob o olhar de ganhar ou perder, de vantagem ou pelo prejuízo, mas sim pelo equilíbrio, o bom senso deve prevalecer sempre, lembrando que o que é realmente bom precisa ser bom para todos e que em qualquer embate de posicionamentos e ideias, podem existir várias verdades, mas apenas uma única verdade genuína e verdadeira, ela precisa prevalecer.

É sábio observar as próprias falhas antes de apontar as dos outros, pois um ego inflado é cego para soluções e enxerga apenas o conflito, às vezes uma boa discussão é necessária para provocar sacudidas, mas é na calmaria que vem depois que se encontra o verdadeiro valor do embate.

Paulo C. Andrighe

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Sou um admirador das letras, da literatura e me apropriando da canção Aquarela, interpretada por Toquinho, onde com um lápis, um papel e muita simplicidade, tudo é possível com a imaginação.

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