Querem te ver bem, mas nunca melhor que eles
A coisa interessante dos realities shows, é fato que isso é uma moda que veio pra ficar e que é muito consumida pelo mundo afora, é de como as pessoas falam das outras pessoas, passam muito tempo formatando os outros, construindo versões de fatos acontecidos, errado ou certo, é indiferente, até porque o mundo é feito de versões das interpretações.
Os julgamentos acontecem por fraqueza de personalidade, por competitividade de espaço, por posicionamento superior, por sentimentos de inferioridade ou por inveja de não se ter o que outros tem, que essa conversa fiada de que isso é só “inveja branca” é uma forma de florear um sentimento de julgamento.
Uma forma clássica de criar um estereótipo dos outros é ter um pré-conceito em função de características ou pela aparência daquilo que os olhos veem, isto já é subsidio para uma interpretação infundada em um julgamento premeditado, isso é uma condenação sem justa defesa, é aquela história de quando se deixa queimar o arroz e infelizmente no olhar de alguns foi de que vários passaram fome pelo desinteresse em atender ao próximo.
O ser humano é falho e isso é fato, assim como julgamos os outros, os outros também nos julgam e se é justo ou não é indiferente, a interpretação necessária é de que enquanto se perde tempo olhando para outros, perde-se tempo que poderia ser utilizado para lapidar a própria alma, pois as pessoas mostram e apresentam o que elas tem a oferecer e o mundo se encarrega de construir versões destes fatos, é onde pequenos deslizes ganham muitas páginas contadas por aquela pessoa que fica na janela ou atualizando para os novos formatos, chafurdando em redes sociais na busca de pequenos grandes furos para contribuir com comentários infundados.
Não se consegue mensurar o paraíso ou o inferno que os outros vivem, então julgar fraquezas e dificuldades é algo simples, condenar os outros é prático porque se acondiciona um julgamento em uma frase de minutos, falar é mais fácil do que estender a mão e é tamanha a maldade em mensurar meses ou anos de algo que está sendo cozinhado na alma de alguém e numa fala de alguns minutos já existe uma opinião sobre o assunto.
Existe um dito popular que favoreceria muito se colocado mais em prática, na frase “a obrigação é lançar boas sementes e que o vento as propague”, a experiência da vida diz que se praticássemos mais esta ação, a quantidade de mãos estendidas seriam infinitamente maiores que o volume de flechas atiradas, inclusive voltando no assunto dos realities shows e eles são um modelo a ser analisado sobre dar opiniões do que o alheio vivencia, onde sentado no conforto do sofá com uma bacia de pipoca no colo fica fácil e muito simples dar versões do que é certo e correto, porém o ser humano consciente não está evoluindo, estamos evoluindo a passos lentos e nossa sociedade egoísta e muito pretenciosa mostra evidencias claras de que as experiências alheias servem como oportunidade de julgar e quase nada como conhecimento para a vida.
Compreender as dificuldades alheias e ser solidário com certeza será mais prazeroso do que condenar e acreditar que se está contribuindo com algo apenas alfinetando, até porque ter mais empatia com o outro e uma mão solidária pode ser mais interessante que apenas um dedo em riste.
Paulo C. Andrighe
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