Se não vai aguentar os porquês pede pra sair

Imagine a cena de uma criança de 12 anos empurrando uma bicicleta e querendo atravessar a faixa de pedestre, mas o fluxo de veículos a impede, você meio que atravessa seu carro para impedir o trânsito e assim possibilitar esta condição, o mundo “cai de pau” em você porque travou a vida deles, são instantes que serão tirados da vida do ego pretencioso de medíocres incapazes de querer compreender a solidariedade a terceiros.

O mundo está difícil porque as pessoas não pedem mais “porque fez isso?”, para assim entender a ação tomada, ninguém quer saber de você ou dos outros quando a prioridade é o “EU”, é este o único ego que precisa ser priorizado.

O mundo deveria pedir mais o porquê daquela decisão, antes de apontar e criticar, ninguém pede o bendito “porque disto?” quando é melhor já chegar na voadeira, é mais fácil bater e depois fazer cara de paisagem.

E que tal um “não entendi isso?” que também pode favorecer um início da prosa, usar o vasto leque de argumentação que se aprende desde e pré-escola pode ser que resolveria muitas tretas, somos uma raça que já se ferve direto do gelo, quando até a panela de pressão explica que é preciso tempo para que a fervura ganhe condição de se posicionar.

A irritabilidade e a impaciência são doenças que as pessoas cultivam dentro da alma e em algum momento a incapacidade de administrar emoções vai explodir, azar o seu de ter cruzado o caminho deste egocêntrico que tem dois umbigos.

Em síntese, melhor fechar as janelas e isolar quem não tem interesse de entender os porquês das ações alheias, se tá sobrando críticas para todos e já que ninguém faz nada certo, bom mesmo é deixar este iluminado ir “morrer pra lá”.

Perguntar é um processo natural para compreensão de ações daquilo que está acontecendo a nossa volta, quando uma ação é repreendida sem antes existir um questionamento é a mais clara evidência de total desinteresse por aquilo que foi realizado, é afirmar que não interessa o que foi feito quando o que realmente conta é não atrapalhar a plenitude alheia egoísta.

Tudo a nossa volta está girando muito rápido, é certo que nem sempre sabemos todas as respostas e é preciso desacelerar, compreender os motivos alheios e antes de dar as primeiras pancadas pedir o bendito do “porque disto?”.

Precisamos é voltar para a fase da infância, naquele período em que de cada cinco palavras seis eram “porquês?”

Paulo C. Andrighe

Sou um admirador das letras, da literatura e me apropriando da canção Aquarela, interpretada por Toquinho, onde com um lápis, um papel e muita simplicidade, tudo é possível com a imaginação.

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