Sem chance de emprestar dinheiro, veículos ou cônjuges

Reza o dito popular que em hipótese alguma se deve emprestar valores em dinheiro, veículos ou cônjuges e se deve considerar de não serem devolvidos, que a probabilidade infinitamente maior, pois se o dinheiro não voltar é uma amizade a menos na listinha, se a outra pessoa não tiver como ressarcir o veículo avariado é menos uma conquista no patrimônio e existe um risco a ser considerado pois vai saber se a grama alheia é mais verdinha e o cônjuge descobre coisas melhores, melhor evitar desgastes com constrangimentos e seguir o dito de não emprestar.

E como tem gente que pede de tudo, objetos e favores para conseguir dar sequência na vida, onde é necessário que outros complementem para que com esta soma, façam parte da responsabilidade em trabalhos e ações, essa insegurança de não tomar partido, contribui para que o compromisso sempre seja feito por muitas mãos, e muito pouco por aquele que espera nos outros a sua evolução pessoal.

Estas pessoas “pidonas” vivem a mendigar para se completarem, pedem desde coisas muito complexas e incluindo canetas, roupas, utensílios domésticos ou uma infinidade de potenciais motivos que provoquem e alimentem sua insegurança, é necessário observar que muitos destes itens não vão retornar, que existe a possibilidade dos que voltarem e estes estarem com problemas, considerando que em sua maioria estes pedintes não têm compromisso com respeitar obrigações.

É inimaginável ou melhor, é o fim da picada considerar a hipótese de recorrer a um advogado para reaver algo que foi “emprestado” de bom grado, sabendo que se você contribuir vai haver desgaste, o recomendado é inventar uma história estapafúrdia para justificar um “não dá pra emprestar” porque vai dar ruim no final, acontece aí uma inversão de papéis onde o constrangimento é de quem precisa se preservar, porque o outro, certeza não terá este discernimento. É certo que muitos vivenciaram o desconforto de precisar dizer não ou a possibilidade de administrar uma dor de barriga para tentar resgatar o que um dia foi seu.

Existe aquele “livramento” de que foi bom não ter pego aquele dinheiro para pagar mais tarde ou pego algo emprestado de alguém que somente mais tarde se compreende que não ter feito algo, tirou-lhe a obrigação de dever um favor, que poderia ter sido maior do que as forças que tem, as vezes padecer um pouco mais, pode livrar de problemas maiores no futuro.

Recomendo fazer um teste e analisar o resultado, mandei mensagem para alguns amigos próximos pedindo um valor considerável em dinheiro, contando uma boa história para justificar a situação, as respostas foram pertinentes ao perfil de quem estava do outro lado, alguns disseram para passar pegar o valor que já estava na mão, outros pediram alguns dias para movimentar este valor, teve aqueles que disseram não ter, mas com gosto ajudariam se pudessem, mas nenhum disse que não faria para não estragar a amizade, todos foram educados e minha compreensão é de que muitas vezes somos solidários até demais, o resultado da minha pesquisa foi boa, faça a sua e perceba como seus pares te veem.

Pedir algo emprestado e trocar favores é uma forma de estreitar relacionamentos, mas isso é muito diferente daqueles pedintes chatos e carentes de atenção, fato é que para algumas destas situações, perdoar e admitir a perda é a melhor opção, desencanar da cobrança que martela a bobagem feita, a perda é concreta, então enterrar e deixar no passado é um desapego necessário. É preciso ter discernimento e compreensão, porque o mundo é redondo e vai que amanhã é um nós pedindo e com certeza, esquecer de devolver não é uma opção porque isso só acontece com os outros.

Paulo C. Andrighe

Sou um admirador das letras, da literatura e me apropriando da canção Aquarela, interpretada por Toquinho, onde com um lápis, um papel e muita simplicidade, tudo é possível com a imaginação.

Publicar comentário

You May Have Missed