A cultura Muttley de viver rabugento

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É certo que em algum momento da sua vida você tenha assistido o desenho animado A Corrida Maluca, em que Dick Vigarista e sua trupe de trapaceiros e malfeitores viviam bolando planos mirabolantes para capturar “o pombo”, ao seu lado estava o “quase leal” escudeiro Muttley, sempre resmungando, rosnando ou caçoando através de risinhos maldosos da desgraça alheia e não será surpresa se você também conhecer alguém por perto com esse mesmo comportamento ou com uma personalidade bastante semelhante.

Alguns adotam a postura rabugenta do Muttley e acabam se tornando cada vez mais amargos, duros e cheios de infinitas enfermidades, o curioso e ao mesmo tempo desconfortável é que essas figuras parecem ter vida eterna, é certo que quase todo mundo conhece alguém assim, felizmente e pela graça divina são bem poucos destes enjoados ou complicados que fazem peso no mundo.

Duvido que alguém nunca tenha acordado cedo, visto a chuva cair e logo resmungado que “esse dia vai ser complicado”, ou então, ao notar o sol surgindo em um tom amarelo avermelhado e intensamente flamejante, já decretando que “hoje vai ser de rachar”, o curioso e até preocupante, é perceber que, mesmo antes do dia realmente começar, já nos deixamos impactar negativamente por aquilo que está além do nosso controle.

O bom humor, a esperança, a fé e a capacidade de fazer rir são um remédio para a alma, pois restauram a saúde e prolongam a vida, não por acaso, grupos vestidos de palhaços visitam hospitais, asilos, creches e orfanatos, espalhando alegria e praticando a arte de promover a felicidade, esse simples gesto desencadeia uma transformação profunda, capaz de gerar uma verdadeira revolução física e psicológica, tanto para aqueles que doam, mas principalmente com aqueles que são presenteados com a energia da alegria.

Na infância, reclamar de fome é um instinto de sobrevivência, é por meio do choro e da queixa que garantimos atenção e alimento, já na vida adulta, reclamar não resolve nada e serve apenas como um modo de demonstrar solidariedade à própria dor, um pedido velado por atenção, as lamúrias até trazem certo alívio momentâneo, mas não solucionam a angústia que pouco a pouco, vamos alimentando como um ácido que corrói o estômago.

De acordo com a sabedoria popular, “quem cultiva o bom humor se livra das mãos do doutor”, por isso mãos à obra, pratique essa terapia simples e poderosa, seja alegre, irradie felicidade e compartilhe esse espírito contagiante, mas acima de tudo, lute com todas as forças para não se transformar em um fiel devoto do rabugento Mister Muttley.

Paulo C. Andrighe

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Sou um admirador das letras, da literatura e me apropriando da canção Aquarela, interpretada por Toquinho, onde com um lápis, um papel e muita simplicidade, tudo é possível com a imaginação.

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