E quando o masculino não sabe o que fazer

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E se o masculino está em crise é pura e simplesmente culpa do silêncio, porque os homens não conversam como o lado feminino com “azamigas” sobre as angústias e as tretas ruins que nos assolam, os masculinos são fortes e bravos, que dizem cuidar-se da saúde e do psicológico para fazer média com a sociedade, mas no fundo nem no chuveiro se chora para não fazer feio e não ter que admitir para o mundo que se é frágil.

E se para o lado feminino a primeira menstruação ocorre um momento de passagem para uma quase mulher, aos homens nunca deveria ter deixado de existir o momento da briga com espadas, de caçar um animal feroz ou mesmo de colocar a mão em um formigueiro para se provar que se tornou homem adulto, a ausência da transição fez com que a mudança para se tornar maduro em muitas vezes nunca aconteça.

Na cabeça do homem ele precisa ser o provedor, competitivamente ser um pouco mais sempre, necessariamente precisa ter uma contribuição maior que o da sua parceira, se ela ganha mais, quem é o homem da casa? Se o simples que é contribuir financeiramente não é alcançado, como lidar com uma régua imposta pela história? Orgulhosamente feridos se segue.

E numa infinidade de situações com o direito pretencioso de que tem coisa que é de “home”, surge um caminhão gigantesco com uma infinidade de pneus e com duas carretas engatadas, do nada desce do lado do motorista uma “menina” de 24 anos pesando 54 quilos, certeza que ela leva e traz para todo lado aquele monstro de 70 mil quilos, a pergunta que fica no ar é onde está o motorista ou o pai dela? Fato é que “elas” estão tomando por direito a sua fatia de 50% em tudo e os meninos não sabem absorver estes contrassensos.

O complexo é que os homens estão ficando vulneráveis e assustados com este atropelo feminino, não estão sabendo lidar e realizar o seu papel masculino, a história não ensinou como lidar com a condição do feminino tomar mais espaço, a história da evolução não preparou para esta fase do jogo e é preciso compreender que o lado feminino também não tem controle total desta evolução, ela está ocorrendo, mas não se sabe o que acontece na próxima fase do jogo.

E elas aos trancos estão conquistando o espaço que deveriam ter pego desde que o mundo é mundo, não o fizeram porque assim não lhes foi oportuno e o homem relutando em não admitir que só precisa ceder a metade de tudo, sem se debater para não passar mais vergonha, como bom adolescente que é e ainda não maduro por completo.

Aos homens machos, ávidos dominadores e rotulados pela história da evolução lhes resta se reinventar e ocupar o espaço que lhe é devido, sem se achar além do que se pode e muito menos se diminuir de sua parcela de contribuição obrigatória, pois existe uma competição em que ambos têm capacidades e habilidades semelhantes, onde a parceria e solidariedade resolveria disputas desnecessárias, mas como bons competidores que se é a opção de ceder não faz parte da brincadeira.

Quem está ganhando com toda essa complexidade? As crianças pequenas, já que existem mais pais frequentando as escolas e tomara estes pais deem exemplos de como ser relevante, sem precisar ser super herói sempre, contribuindo com estes pequenos com mais gentileza e sensibilidade sem a obrigação de salvar tudo.

A sociedade masculina não sabe lidar com tantas mudanças em um espaço tão curto de gerações, faltam exemplos a serem seguidos e as referências que existem somam praticamente nada; o bolor impregnado é histórico e demora sair, pode ser que nem todos consigam ser um Rodrigo Hilbert da vida, mas sempre dá para melhorar alguma coisa e se não der, certeza que se pode mandar as exigências descabidas, de quem também não sabe exatamente o que se quer, recomenda-se ir lavar um banheiro para não mandar para outro lugar.

Paulo C. Andrighe

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Sou um admirador das letras, da literatura e me apropriando da canção Aquarela, interpretada por Toquinho, onde com um lápis, um papel e muita simplicidade, tudo é possível com a imaginação.

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