Desejo muitas “alemoas” em sua vida
Recentemente, me deparei com uma matéria que apontava o Brasil como um dos países menos solidários do mundo, talvez não seja a ausência de solidariedade em si, mas a escassez de bons exemplos que inspirem e despertem nas pessoas a vontade de agir diferente, pois sem referências verdadeiras, a indiferença acaba se tornando regra.
Em um restaurante tive a oportunidade de presenciar a exceção à regra quando uma jovem chamou a atenção por um gesto inusitado, como não sei seu nome eu vou chamá-la de “Alemoa”, já que tinha cabelos claros, pele alva e um semblante simpático. Um casal de idosos, sentado à mesa ao lado, deixou cair um talher e de imediato, ela se levantou e trouxe outro, mesmo ela sendo apenas mais uma cliente no salão, pouco depois outro fato ocorreu em outra mesa, uma moça separava o dinheiro para pagar a refeição quando uma moeda escapou de suas mãos, impossível não escutar o barulho da moeda rolando pelo chão, até parar por acaso, próximo aos pés da iluminada “Alemoa”, que sem hesitar se abaixou, pegou a moeda e a devolveu.
Reza a lenda que se alguém pratica a solidariedade, o mundo conspira para fortalecer e ampliar esse dom, talvez ela estivesse sendo testada a provar sua virtude, o mais interessante é que carecemos justamente desses exemplos que nos inspiram a ser pessoas melhores, nos faltam “Alemoas” como referência para mostrar na prática como se faz, para reforçar de não esquecermos que dia após dia, pequenas ações têm um imenso valor, tanto para a nossa alma quanto para aqueles que estão ao nosso redor.
Quem tem o privilégio de conviver com alguém que cultiva a generosidade, carrega consigo um combustível poderoso e é o exemplo vivo de como é bom ser bom, a “Alemoa” praticou gestos porque as situações a encontraram e confesso que também gostaria de encontrá-la, se existe um espírito abençoado, certamente está com ela e é sempre valioso ter pessoas assim por perto.
Meu desejo é que encontremos a iluminação necessária para nos tornarmos verdadeiros exemplos de humanidade, para sermos as raras exceções em um cenário pouco favorável à solidariedade, se conseguirmos contribuir para um mundo melhor e se formos capazes de agir como a “Alemoa”, então poderemos espalhar a solidariedade como um combustível de inspiração.
Albert Schweitzer, teólogo e filósofo, afirmou que “só são verdadeiramente felizes aqueles que procuram ser úteis aos outros”, que possamos nos contagiar pela gentileza alheia e nos inspirar em exemplos de solidariedade.
Desejo que você tenha muitas “Alemoas” iluminadas em sua vida.
Paulo C. Andrighe



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