É com a força do ódio que convive comigo
É compreensível que muitos reforcem que a força do amor é maior, que é mais perseverante, que move montanhas e por ser uma força mais duradoura, mas fica a dica de que é prudente nunca molestarem as crianças que estão perto de mim, pois é certeza que a força do ódio que está aquietada numa masmorra bem lá no fundo, ela está quieta e com segurança digo que não será saudável acordar este monstro, sim a palavra que se aplica é monstro mesmo, não sei até onde as leis do homem ou a tal lei divina realmente poderá atuar para minimizar. Por precaução fica dica.
No filme A Fortaleza (1986), a professora Sally (Rachel Ward) está em sala de aula com seus alunos quando são sequestrados por bandidos que usam mascaras de animais e do Papai Noel, eles levam as crianças com a professora para uma gruta enquanto negociam o resgate. Nisso eles escapam para o meio do mato, onde ficam encurralados e acuados pelo terrorismo psicológico do medo que estavam sofrendo, chegam no limite e são obrigados a se defender desta opressão, a necessidade de sobrevivência faz com que crianças libertem sua irá contra aqueles que antes as amedrontavam, está revolta provoca a morte dos bandidos com requintes de agressividade e crueldade.
Existem inúmeros relatos de pessoas que se colocarem diante de situações perigosas e realizaram ações que humanamente são impossíveis em condições normais, condições como de alguém perceber a necessidade de proteger aqueles que ama, esposas após sofreram maus tratos costumeiros em certo momento explodiram e realizaram feitos assustadores ou crianças que romperam o medo e se voltaram contra seus abusadores, são fatos onde após períodos de grande stress provocado por insultos, violências ou explorações, onde o medo excessivo se revolta e dispara um gatilho onde uma força sobrenatural se sobrepõem na busca pela sobrevivência.
Infelizmente nem todos foram avisados que em seu interior existe um demônio enclausurado e caso sinta-se acuado poderá se defender com uma força e violência desproporcional, é certo que muitos abusadores não se colocariam em risco caso soubessem deste perigo eminente, pena que muitos se aproveitam porque veem somente a fragilidade e sabem que não existirá confronto, caso percebam que correm este risco, qualquer corajoso inteligente se acovarda e foge pois estes também presam pela vida.
Usar a expressão de que “foi na força do ódio” que algo se realizou é para deixar com mais coragem as fotinhas para redes sociais, fato mesmo que em sua maioria ninguém consegue mensurar o risco do ódio ser o combustível de uma ação, de que uma avalanche deste sentimento com certeza poderá criar muitos outros problemas atrelados a infinitos desentendimentos, melhor mesmo é esta violência ser somente frase para postagens na expectativa de likes.
Raiva é um sentimento ruim e deve ficar preso o máximo possível, é mais saudável se evitar tudo o que pode despertar aquilo que não se sabe como lidar ou como controlar estas revoltas da alma, não acordar esta violência é uma forma de preservar os muitos inocentes que correm o risco de se queimarem por algo do qual não fazem parte.
Um ditado popular afirma que “a vingança é um prato que se come frio”, esta forma de lidar com a raiva é algo que precisa ser praticado, pois após esfriar o calor do sentimento, pode existir a possibilidade de com a alma mais calma e com discernimento se lidar com a cólera, quem sabe com o coração apaziguado, uma alma piedosa brote e deixe de lado as agruras e cicatrizes.
Aos meus vou sempre recomendar de nunca agredir sem necessidade ou motivação, mas caso sintam-se acuados ou encurralados e seu opressor estiver sentido prazer nesta agressão, que devem libertar aquele que está preso na caverna, liberte e deixe que sinta a violência revidada como resposta.
Só existem opressores porque ninguém ensinou os oprimidos a responderem com a força do ódio, ainda não, é só começar a aprender.
Paulo C. Andrighe
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