Elementar meu caro Watson, isso é só intuição

Existe uma infinidade de interpretações e conceitos abordando o assunto intuição, em síntese é um insight ou um lampejo com base na experiência sensitiva que se tem, que aflora de forma muito rápida e simples, onde o conhecimento já está em nós involuntariamente e inconsciente, já nasceu conosco este sentimento no subconsciente, mas que pena a maioria não sabe explorar esta ferramenta.

Todos temos pressentimentos, aquela sensação que gera suspeitas e este instinto é a intuição se manifestando, esta sensação de se algo pode acontecer ou não, é a situação que precisa ser compreendida, o fato é que uma informação foi entregue.

Este recurso subjetivo é utilizado para nortear soluções que ganham resolução de forma muito prática, intuitivamente surgem respostas, movimentos ou sensações, para aqueles que são autoconfiantes e arrojados estas respostas brotam com sutileza espontânea e naturalmente surgem estas possibilidades de resolução.

O ser humano perdeu a capacidade de utilizar a intuição como recurso facilitador e principalmente na orientação da tomada de decisões, nos primórdios era utilizada para buscar alimentos, para sua proteção e os animais selvagens necessitavam muito para sobreviver; a comodidade da vida em sociedade nos tirou este instinto e está minando cada vez mais este impulso de confiança, o conforto do supermercado facilitou e nos tirou essa essência do que foi a contribuição para que ocorresse a evolução da raça humana.

As atribulações da rotina de vida que a maioria das pessoas tem as impede de ter tempo para desenvolver a intuição, a sociedade que vivemos nos obriga a sermos práticos onde a lógica busca prevalecer, é preciso desenvolver equilíbrio para perceber sensações num mundo onde não existe espaço para a espiritualidade.

Quer exercitar seu lado intuitivo? Olhe a sua volta e perceba os movimentos do tempo ou do vento, se concentre e diga que horas são sem consultar o relógio, tente presumir o assunto de quem está te ligando ou sobre quem está batendo do outro lado da porta, exercite sua intuição e se surpreenda.

A intuição é considerada como sendo um sexto sentido muito latente no vínculo entre mães e filhos, construída durante o período de gestação onde ocorre uma infinidade de trocas e que no futuro com apenas olhares se conseguirá uma infinidade de respostas; intuição é algo que pode ser desenvolvido se estudado, escutando-se mais as sensações do corpo como aquela voz que fala lá no fundo do coração, escutando os barulhos do estômago, aquele sonho desconexo e suas interpretações, quando os pelinhos do braço insistem em se arrepiar sem motivo, aquela sobrancelha que insiste em tremer, assopros no ouvido ou os pequenos tiques que intrinsicamente dizem muito, estas agitações só precisam ser percebidas e após escutá-las se conseguirá respostas para perguntas que ainda nem foram feitas.

Explorando a literatura como referência, intuição foi o recurso que Sir Sherlock Holmes mais utilizava na resolução de suas belas histórias, seu faro por ver muitas informações onde nada existia era uma virtude que pode ser utilizada como formato para extrair subsídios e assim se nortear, se utilizando de suas memoráveis frases onde dizia que “O mundo está cheio de coisas óbvias que ninguém jamais observa”, nos promove a utilizarmos mais nossos sentimentos se somando os cinco sentidos e mais o sexto como recurso de potenciais resoluções.

Paulo C. Andrighe

Sou um admirador das letras, da literatura e me apropriando da canção Aquarela, interpretada por Toquinho, onde com um lápis, um papel e muita simplicidade, tudo é possível com a imaginação.

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