Esta jornada precisa e tem que valer a pena
Vi um vídeo na internet em que uma pessoa após descer de um ônibus era atropelada, pela gravidade é certo que ela foi para um lugar melhor. Fiquei matutando a cena que ocorreu e fiz a relação de quando nascemos é como se entrássemos em um ônibus que está prestes a dar partida, em algumas paradas pessoas entram e desembarcam constantemente de nossas vidas, coisas boas e ruins se desenvolvem e são estes momentos que se constroem partes de nossa história.
Pessoas como familiares, nossos pais, filhos, amigos e amores se tornam colaboradores que sempre vão estar sentados ao nosso lado nesta longa viagem; mas em alguns momentos aqueles que mais prezamos, que estiveram sentados na poltrona ao lado, resolvem descer e nós acabamos órfãos de sua presença. E eles vão e não voltam.
Lembro-me do dia em que meu pai resolveu desembarcar que uma pessoa me disse “eu não sei pra onde eles vão, mas deve ser muito bom, porque eles não voltam”, e nós ficamos aguardando e crendo nisso.
Alguns passam por nós a passeio ou a trabalho, outros nos custam caro e somos obrigados a mudar de poltrona, alguns são iluminados e prontos a ajudar quem precisa, uns desembarcam e deixam saudades, outros quando descem ninguém sequer percebe que resolveram não mais se fazer presentes e isso não é bom, até porque poltronas vazias são sinal de poucos a volta.
E mesmo que a viagem seja cheia de atropelos, fantasias, despedidas ou de apenas sonhos, que possamos fazer nosso trajeto da melhor forma possível, é preciso que nossa viagem ou passeio seja tranquilo e que tenha valido a pena pois quando chegar nossa hora de desembarcar que nosso lugar vazio traga saudades e boas recordações para nossos pares que vão seguir viagem.
O fato importante é que precisamos ser a diferença na vida dos outros, ser realmente relevantes para outros, para que nossa ausência seja percebida porque quando chegar nossa vez de descer, nem bagagem vamos levar, apenas descer e uma poltrona ficará vazia.
Paulo C. Andrighe
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