Impossível não bater o pé ou balançar a cabeça

O som nos promove movimentos e indiferente se é uma música, batida, som, vibração ou algum barulho qualquer, se inspirar a audição certeza que fará o restante do corpo se envolver, é essa complexidade somatória que nos difere e nos eleva a seres que detém uma alma pensante e iluminada.

E existem sons que promovem algo muito sobrenatural e certo que na sua concepção estes autores deveriam estar em um laço muito estreito com o Criador, faça um teste e construa suas percepções para imaginar o quanto longe se pode ir, de olhos fechados escute “Eine Kleine Nachtmusik de Wolfgang Amadeus Mozart, se imagine caminhando ou correndo por trilhas cheias de pedras, cavalgando por pradarias verdejantes, voando muito rápido ou quase parando sob as assas de um pássaro enquanto vislumbra as planícies lá do céu, faça o ritmo da música promover a imaginação e aproveite o passeio.

Após este exercício perceba o quanto somos explorados por música e sons de pouca qualidade, onde aliciamos nossa consciência e alimentamos nossa alma com barulhos pobres que não somam em nada e tomam nosso tempo, o bem mais  precioso de nossas vidas.

É necessário contribuir com nosso desenvolvimento auditivo e apreender com o que já nos foi presenteado pela história da música, é necessário parar de escutar barulhos insensatos e sem fundamentação, ao se perceber canções que promovem movimentos para aquilo que realmente soma em nossa vida, nas academias as músicas dão ritmo através de sua batida promovendo desta forma movimentos, soldados em marcha cantam para através do ritmo contribuir com a moral e empolgar as tropas a não desanimarem, sem falar das muitas canções que apertam o coração e tiram lagrimas dos olhos, fazendo aflorar sentimentos que geram amor, calor e afeto, mas porque estamos escutando tanta coisa que não agrega, que desestimula os sentimentos mais nobres e principalmente que alimenta a alma com sensações ruins?

Existem uma infinidade de grandes clássicos da música que fazem parte da história da humanidade, mas é claro que todos tem as suas preferidas, aquelas canções que estão tatuadas na memória, mas como seria relevante se estas canções que contribuíram com culturas históricas se tornassem matéria nas escolas, ao ser desvendadas letras com belos poemas ou melodias com ritmos que seduzem os ouvidos e a alma.

Como seria bom se desde os primeiros passos da infância compreendêssemos a riqueza de pérolas como Danúbio Azul de Johann Strauss II, O Sole Mio de Eduardo di Capua e Alfredo Mazzuchi, Carmina Burana de Carl Orff, Imagine de John Lennon, Bohemian Rhapsody do Queen, What a Wonderful World de Louis Armstrong, Billie Jean de Michael Jackson, One do U2, Eu sei que vou te amar de Antônio Carlos Jobim e Vinícius de Moraes, Aquarela de Toquinho e Maurizio Fabrizio ou Admirável Gado Novo de Zé Ramalho.

Analisar, estudar e compreender a mensagem que grandes compositores transformaram pensamentos em poemas e ao se somarem melodias, ritmos e harmonias geraram músicas, que com certeza muitos conhecem de cabeça alguns versos de compositores brasileiros como Pixinguinha, Gilberto Gil, Vinicius de Moraes, Paulinho da Viola, Caetano Veloso, Renato Russo, Chiquinha Gonzaga, Dorival Caymmi, Luiz Gonzaga, Rita Lee, Milton Nascimento, Djavan, Noel Rosa, Erasmo Carlos, Toquinho, Ary Barroso, Roberto Carlos, Alceu Valença, Heitor Villa-Lobos, Belchior, Tom Jobim, Chico Buarque, etc, etc, etc e mais uma infinidades de nomes que são relevantes, mas que nossa cultura insiste em deixar nas gavetas e nos enquadram reforçando que música boa só vem do mercado externo.

Fato que se você está lendo este texto é porque já tem certa idade, não esta velho, mas como muitos está louco, já que por costume está escutando muitas pessoas mortas e você como eu tem por habito recitar e ficar repetindo versos destas pessoas mortas, tudo bem, são refrões tão bem construídos que fazem bem para o coração, tocam a alma e despertam boas histórias.

Desejo muitas e boas músicas para nós, que o bom gosto prevaleça e que impeça nosso ouvido de perceber musiquinhas que não vão sobreviver ao próximo inverno.

Paulo C. Andrighe

Sou um admirador das letras, da literatura e me apropriando da canção Aquarela, interpretada por Toquinho, onde com um lápis, um papel e muita simplicidade, tudo é possível com a imaginação.

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