Muito obrigado por fazer parte e contribuir
O problema é que pouco se agradece e esse é um erro comum, as pessoas entram em nossas vidas, interferem, somam, direcionam, contribuem e depois vão embora, só então, do nada acende a luz do reconhecimento e se percebe que esquecemos de agradecer, mas aí já é tarde demais, aquilo que deveria ser um gesto espontâneo de gratidão se transforma numa obrigação proporcionada pelo esquecimento.
A gratidão deveria ser uma prática constante, agradecer por qualquer gesto ou por qualquer gentileza, um café oferecido no trabalho ou por receber a casa limpa e arrumada, são detalhes que merecem reconhecimento, é claro que existem muitas formas de agradecer e às vezes, um simples olhar já carrega esse sentimento, mas aí que está o problema, perde-se a chance de transformar a gratidão em palavras, verbalizar para que a outra possa ouvir e sentir esta vibração.
E se a outra pessoa for embora e nunca mais voltar ou se ela simplesmente desistir de ser útil e desaparecer? O problema será perceber lá na frente que faltou dizer um simples “muito obrigado”, porque se for dito no momento certo, seria um reconhecimento verdadeiro pelo esforço feito, mas quando o agradecimento vem depois ou fora do tempo, ele pode soar como qualquer coisa, menos gratidão genuína.
Ninguém sabe onde a vida se encerra e o pior sentimento talvez seja não poder mais expressar um agradecimento, se quem merecia ouvir um “obrigado pela contribuição” já não estiver mais por perto para escutar, o que restará será o remorso, um castigo doloroso.
Demonstrar ser grato por gestos recebidos é uma obrigação simples e essencial, mais do que isso, é importante que a outra pessoa sinta que o agradecimento é uma resposta sincera pelo cuidado recebido, quando isso acontece, o calor do gesto é percebido e ambos se aquecem com o reconhecimento.
Não deixe passar a oportunidade de agradecer e que isso se torne um hábito natural no dia a dia, pois a gratidão deveria fazer parte da rotina, justamente para evitar arrependimentos, porque a dor de não ter dito “muito obrigado”, pode virar uma cicatriz que mesmo curada, vez ou outra ainda pode doer.
A verdade é que sempre fica a sensação de que poderíamos ter agradecido mais, de que faltou tornar claro o quanto aquele esforço foi importante, de que poderia ter sido dito “obrigado” mais vezes, sempre há espaço para mais gratidão, mesmo que verbalizada tardiamente ela soe como arrependimento, ainda assim vale a pena agradecer, porque às vezes é justamente esse gesto que começa a curar as dores da alma.
Agradecer por algo recebido, especialmente quando o presente foi dedicação de parte de seu tempo, é algo que precisa ser falado, dito de forma que se perceba esse “muito obrigado”, se a outra pessoa sentir este sentimento de gratidão, pode virar uma bela tatuagem com significado e não uma cicatriz dolorosa, o agradecimento precisa ser sentido, pode até ser que não seja compreendido da mesma forma por quem o recebeu, mas isso já é assunto para outro fim de tarde.
A correria do dia a dia acaba nos condicionando a agradecer cada vez menos, especialmente com os que estão mais próximos, isso vira um hábito silencioso na rotina, quem mais merecia reconhecimento acaba sendo esquecido, inclusive com os de casa perdemos a obrigação de demonstrar gratidão, com outros passamos a achar que não se faz necessário e o básico cai em desuso.
Ser grato pelo que é realizado por quem está ao nosso lado é mais do que um gesto de educação, é uma obrigação, essas pessoas aliviam o peso da vida e nos oferecem segurança, para elas o “muito obrigado” deve ser costumeiro, eles merecem e precisam ouvir essas palavras para perceber que são reconhecidas.
Agradeça sempre a todos, coloque em palavras o “muito obrigado” pela atenção recebida, pelo tempo dedicado, pelo esforço feito, pelas risadas divididas, pelos momentos de alegria e prazer, pelas surpresas boas da vida, agradeça por ter ao seu lado pessoas solidárias. É sempre melhor aproveitar a chance de dizer do que carregar o peso de não ter dito.
A você reafirmo, muito obrigado.
Paulo C. Andrighe
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