Nem sempre precisa passar a mãozinha no dodói!
Uma faculdade publicou uma matéria em que um técnico agrícola recomendava que para plantar árvores não seria necessário regá-las em momento algum, o repórter lhe questionou se com a rega a chance de vingar poderia favorecer, este respondeu que se a planta percebesse que a água estava em cima suas raízes seriam superficiais, porque ela iria procurar onde a água estivesse mais fácil, seu desenvolvimento seria frondoso e precoce, mas ela ficaria fraca para suportar as adversidades do tempo, que sem rega ela iria criar raízes mais profundas para buscar água e alimento, o que a tornaria mais resistente suportando com mais facilidade o que a vida lhe proporcionasse já que sua base estaria profunda e com mais sustentação.
Fiquei comparando aquela argumentação à forma como educamos nossos filhos, sempre os impedindo de serem ousados, de que tudo “não pode”, sempre superprotegendo de tudo e de todos, paparicando em excesso, os impedindo de chorar suas próprias dores, se agarrando a condição de sempre blinda-los de tudo, mas na verdade os privando de aprender e conhecer o que a vida ainda vai lhe proporcionar.
Existe um excesso de controle, quando se deveria apenas supervisionar, o exagero de zelo cria “bibelôs” incapazes, com baixa estima e sem confiança, mas principalmente sem coragem de encarrar erros para aprender a superá-los.
Nossas orações profetizam sempre para que “os guarde de todo e qualquer mal”, quando deveria ser para que tenham força para suportar a escassez e as dificuldades, a vida não é fácil e nem sempre vamos estar lá, é preciso mostrar e ensinar liberdade consciente, discernimento para julgar, fé para ter força diante das tempestades, que tenham constituído raízes profundas e pernas fortes para seguir e persistir.
Segundo a Bíblia Sagrada (NVI) em Provérbios 2:11, a citação diz que “O bom senso o guardará, e o discernimento o protegerá”, naturalmente quando o nenê tropeça o socorro é imediato mesmo não havendo qualquer dano, está errado essa forma de zelar, melhor deixar ele resolver a treta sozinho, se tropeçou é só levantar e “passar a mãozinha no dodói”, reforçar que é para tirar a poeira e que pode continuar sua caminhada incluindo aquela outra frase iluminada que enfatiza não precisa sofrer pois “até quando casar estará tudo sarado”, melhor aprender de pequeno a buscar soluções do que quando adulto não ter a destreza de bater a poeira e continuar a correr.
As vezes não se terá uma mão para ser afagado e isso não quer dizer que é hora de parar de andar.
Paulo C. Andrighe
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