O morro dos ventos uivantes – de Emily Brontё

Um clássico da literatura inglesa escrito por Emily Brontë, onde se passa uma conturbada narrativa de amor numa fazenda chamada Morro dos Ventos Uivantes, que dá nome a este excelente livro de cabeceira, tem uma excepcional qualidade de escrita por criar uma releitura sobre uma história de amor, em que nasce uma paixão avassaladora entre Heathcliff e Catherine, convivem desde infância e são cruelmente separados pelos desdobramentos vida. O tempo passa e se reencontram, mas esse amor só atrairá dor, sofrimento e tragédias.

E quem nunca teve um amor impossível ou uma paixão na primeira infância? Romeu e Julieta estão aí para contribuir com este drama, queriam ficar juntos, mas o mal maior prevaleceu.

Mas e quem nunca, né?

Quem nunca se apaixonou pelo professor nos primeiros anos de vida, por um primo na infância, por alguém já comprometido, por um amor não correspondido, pelo carteiro que vinha lá de vez em quando, pelo chefe ou por aquela colega de trabalho, pelo ator principal da novela, pela voz do radialista, pelo professor da faculdade ou por alguém que a admiração misturou tudo e a paixão aflorou.

Muitas vezes esse filme fantasioso com final de felizes para sempre nunca daria certo, é pura fantasia da imaginação, tudo não passa de ilusão e expectativa que alimenta lacunas de carências, a parte boa é que tomara que no final o bom senso reine, que o príncipe não vire sapo verde e nem a fada em uma bruxa com verruga no nariz.

No drama dos amores proibidos, o lado ruim é que existe uma demanda muito grande de energia para administrar o conviver, gerir todos os empecilhos que surgem faz com que estes vínculos vivam constantemente à sombra dos obstáculos e da insegurança.

As boas inseguranças e ansiedades que a vida que nos faz a gentileza de pregar.

O fato é que na fé de que este sonho vai durar para sempre, onde se acredita que a outra pessoa irá completar as lacunas pendentes e que nunca mais o sentimento de carência irá existir, mas a fatura do cartão chega e todos são normais, com falhas naturalmente humanas.

Mas se está ciente de tudo e disposto a pagar o preço, aí tudo bem, porque viver a vida vale a pena, viver o amor intensamente é sentir-se vivo, nem que seja por um pouco, ou apenas para um, nem que seja meramente uma fantasia em segredo.

Paulo C. Andrighe

Sou um admirador das letras, da literatura e me apropriando da canção Aquarela, interpretada por Toquinho, onde com um lápis, um papel e muita simplicidade, tudo é possível com a imaginação.

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