Erros conquistados são parte do aprendizado

Observar o desenvolvimento de um bebê é o melhor exemplo de como é preciso compreender o processo do aprendizado, até o momento de se caminhar sobre as pernas, nesta evolução após estrearmos neste mundo teremos fases que são rolar, sentar, se arrastar, engatinhar, ficar em pé, caminhar e para correr muito será num estalo de dedos, uns períodos mais e outros menos mas fato é que eles vão ocorrer, com tudo o que nos propomos a fazer em nossa vida é assim, é preciso compreender que as fases existem e que os erros fazem parte de um desenvolvimento pessoal.

É preciso ter ciência de que erro é coisa de gente humana de verdade, quem não erra é porque não está arriscando nada e compreender que erros são caminhos a serem trilhados e não fins de assuntos.

Em tudo existe um processo de melhoria evolutiva de alguma coisa para outro produto ou serviço melhorado, isso acontece com o leite que para se tornar queijo ou iogurte ele precisa azedar, da uva azeda se tira o vinho ou da cerveja que irá se tirar o fermento, estes processos existem porque um dia alguém perdeu a mão e estas novidades surgiram, foram os erros que criaram possibilidades.

Alguns se esforçam estudando muito naquilo que se propõem a fazer objetivando não errar para não terem que admitir que também são frágeis e suscetíveis a erros, buscam uma perfeição em que a cobrança interna pode não ser saudável, mas cada um é cada um; outros narcisistas da vida que mesmo errando vão fazer todo tipo de movimento para não precisar admitir que se está errado e as justificativas para remediar vão ser terceirizadas com um “nós”, já que se deu certo o mérito é de um mas se deu erro a responsabilidade é no plural e sempre é de muitos.

Só aprende com erros quem se frustra, o momento que acontece a ruptura do aprender é quando a decepção provoca a análise das falhas, mas é preciso discernimento da origem dos julgamentos, se vem de quem compreende o processo de evoluir ou daquele que nunca executou nada mas já tem discurso pronto. Orientar e contribuir com quem erra sem se posicionar como superior é uma virtude de poucos iluminados.

O mundo e a sociedade cobram uma perfeição que não existe onde a régua é regida pelo coletivo, pelo mercado de trabalho, redes sociais e até pela própria consciência que exige imposições em que o fracasso é inadmissível e ser falho é admitir incapacidade.

É através dos erros que se constroem novos conhecimentos, que se aprende a fazer as coisas e é uma provocação para olhar em novas direções na busca de soluções diferentes.

Saber compreender que se errou e admitir um “Vixe, errei, foi mal”, é só isso mesmo, simples assim, é corrigir os erros olhar para frente e seguir, é libertador se desapegar de ficar olhando para os erros, quando os relacionamentos são construídos condicionados ao fato de que podem existir falhas e que o interesse em evoluir é constante e necessário, é certo que o peso sempre será mais leve, que o melhor ainda está por vir e que as falhas são degraus que fortalecem a construção de boas histórias sólidas.

Segundo o dito popular “é errando que se aprende” onde o objetivo é fazer sempre certo mas as vezes não dá, bom mesmo é largar desta coisa de que é obrigatório acertar tudo, agradar todos, ser lindo sempre, arriscar tudo e sempre alto, bbbaaahhhhh; tem que ser mais simples, se errou é só admitir e sem fazer cara de choro, mostrar um sorrisinho amarelo, corrigir o jeito do caminhar, bora voltar para a trilha e trabalhar sempre para errar coisas diferentes porque insistir nas mesmas falhas é persistir na mediocridade.

Paulo C. Andrighe

Sou um admirador das letras, da literatura e me apropriando da canção Aquarela, interpretada por Toquinho, onde com um lápis, um papel e muita simplicidade, tudo é possível com a imaginação.

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