Para viver a dois não existe manual de instrução

Tenho comigo que você já escutou bendita frase de que “em briga de marido e mulher não se mete a colher”, eu e um amigo ficamos observando o casalzinho dentro de um carro, porque era um tal de dedo na cara, abraço, empurra pra sair de perto, afago, mais uns berros e lá vem um abraço, a prosa deles ia ser longa, eles iam se resolver e não precisavam de uma colher, um iria ceder ou se arrepender e tudo estava resolvido

E nós dois como bons entendedores ficamos a analisar relacionamentos e suas complexidades.

As tretas da vida sempre vão existir e a obrigação de um é simplesmente facilitar a vida do outro para que a harmonia perdure, quando isso não ocorre é como uma briga de dois cegos em um ambiente fechado, termina nunca essas armadas.

Até porque as briguinhas do dia a dia são exercícios, nestes percalços uma vida a dois vai se moldando, mas dá para ignorar esses arranhões, mas não pontuar e resolver não é uma solução.

A Literatura tem uma infinidade de belos livros de cabeceira que ajudam a facilitar a vida a dois, isso deveria ser matéria de escola, pois bem provável que depois de uma altura da vida até o findar de tudo, será com outra pessoa ao lado, se soubéssemos compreender as mulheres de Plutão e os homens de Mercúrio, tudo seria mais fácil.

E a primeira coisa que se deveria aprender é que NINGUÉM TEM RAZÃO PORCARIA NENHUMA, o que se tem são pontos de vista e verdades que nem sempre são absolutas, que se um problemão criou consequências é porque pequenas coisinhas foram ignoradas, uma casa não cai do nada e sim porque um punhado de pequenos erros deixaram de ser cuidados.

É necessário cuidar dos pequenos detalhes, eles vão ser os pratos quebrados do amanhã.

É preciso equilíbrio de se mostrar e se posicionar, mas relevantemente o de ceder sem impor concessões ou de ficar reavivando o passado como fonte de referência, erros do passado existem para que se aprenda com eles, o presente é chance de não se repetir as falhas, mas o foco é olhar para o futuro.

Vida a dois não é fácil, somos diferentes e infelizmente não temos um manual de instruções com aquela parte que explica como administrar os defeitos e tretas que possam ocorrer, mas é fato que se uma das partes resolver facilitar a prosa toma rumo, e se essa parte quiser frisar o “tô nem aí” a prosa também vai tomar rumo.

Paulo C. Andrighe

Sou um admirador das letras, da literatura e me apropriando da canção Aquarela, interpretada por Toquinho, onde com um lápis, um papel e muita simplicidade, tudo é possível com a imaginação.

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