Se der certo, mérito meu, se errado a culpa deles
Certeza que você não faz isso, mas já viu com certeza quando a pessoa pede uma peça de roupa e mesmo experimentando não se convence da compra, mas leva e escuta “ficou muito bem em você”, leva e já se martiriza que caso não agrade a culpa será do palpite ofertado e que foi acatado.
Ter muitas dúvidas e sempre tomar poucas decisões criam personalidades dependentes, a culpa é sempre dos outros, tudo deu errado porque outros decidiram, por azar tomaram as decisões erradas. Mas será que isso procede?
E é de pequeno que aprendemos errado a interpretar a falta de assumir as tretas, a culpa é do cachorro que mordeu, da professora que deu nota baixa, do piso liso pelo tombo, da gripe pelo banho gelado, do namoro malsucedido, da compra da calça de cor esquisita e de uma infinidade de tomadas de decisões erradas que foram realizadas por outros.
Existem os que não são atores principais em suas histórias, sendo apenas expectadores sem comando ativo, ficam navegando nas decisões alheias, estes estão imóveis e passivos aos desmandos da vida, pagam caro e inocentemente por apenas queixar-se dos seus próprios infortúnios.
É trágico imaginar que no entorno destas almas sofridas estão as vítimas que vão ser acusadas dos fracassos e frustrações que muitas vezes nem sabem da existência, mas que vão ser os culpados de alguns tropeções e de outros que ainda nem existem.
Não assumir os erros nas decisões tomadas e dos resultados de infortúnios da vida é um ato de covardia, pior é ficar relatando repetidas vezes tudo a todos, já que é uma forma de tornar uma fraqueza em um mérito a ser louvado.
Ter o sentimento de autopiedade por si próprio em consequência dos revezes que as ações geraram mostra o quanto existem ilustres sofredores precisando de atenção, é mais fácil mostrar sofrimento e se vitimar do que buscar resoluções para as fraquezas existentes.
Sempre pode-se fazer tudo com mais comprometimento e assumir que se é falho, os erros fazem parte da evolução, mas principalmente compreender que se o barco está em alto mar e à deriva, é porque o comandante já zarpou errado, as desventuras são consequências de ações definidas no começo, os problemas existem no começo de tudo e nunca no final.
É preciso mais autorreflexão e terceirizar menos as definições necessárias. É só agir e assumir.
Paulo C. Andrighe
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