Um dia as aflições haverão de se findar
E quem nunca escutou esta indignação, “Mas se Deus é poderoso, então por que Ele não acaba com misérias que existem no mundo?”, esta é uma pergunta que ressoa para muitos e certamente existe uma infinidade de respostas, mas para ser compreendida ou interpretada será preciso mergulhar fundo na busca por discernimento.
Ouvi a história de uma mãe que perdeu um filho com 6 anos de idade e num curto espaço de tempo seu marido faleceu, foi fase delicada de sua vida e para aumentar sua carga sua filha inicia um tratamento para um câncer que após alguns anos de duras batalhas é vencida pela doença, já ouvi relatos de que existe a interpretação onde é através do sofrimento que Deus busca movimentar as pessoas para se conciliarem com Ele, mas quantos são os que olham para este sofrimento e se convertem ou quantos desinteressados foram tocados e perceberam o sofrimento desta alma e atinaram que se olharem para o seu Criador não vão ser acometidos por tamanha aflição?
É complexo perceber que a carga sobre alguns é demasiada, mas aí alguém reforça que Deus dá o peso conforme a força que se tem, que todos suportamos o frio porque Ele sabe até onde podemos aguentar, no fundo todos temos a mesma vontade de que existissem menos injustiças, misérias e sofrimentos, de que nossas orações pudessem trazer efeitos positivos reais e percebíveis, porque as atrocidades que ocorrem deixam a interpretação de que as orações de súplica são como gotas de água em uma floresta em chamas.
E se nós pudéssemos acertar os problemas que nos afetam e corrigir os infortúnios da vida, principalmente dar livramento a nós e aos nossos mais próximos de qualquer dor ou angústia que estivesse por acontecer, a ficção nos presenteia com o filme o Todo Poderoso (2003) uma bela história em que Bruce (Jim Carrey) ganha a oportunidade de resolver todos os problemas do mundo, o próprio Deus (Morgan Freeman) lhe dá o poder de comandar da forma que quisesse, Bruce percebe como é difícil exercer a função de ser Deus e pai ao mesmo tempo, é só uma bela história mas também é um exercício de percepção do tamanho da complexidade que é ser líder e gestor.
Segundo algumas interpretações, se existe o mal é porque ocorre a carência de algo, então se existe falta de sono é porque falta paz de espírito, se ocorre uma doença é porque falta algo na saúde, se a fome existe é por falta de alimentos, se estiver existindo uma enfermidade é porque uma desordem está instalada e se está desalinhado é porque falta harmonia, é um desequilíbrio que precisa ser equalizado.
O melhor é pensarmos como crianças e acreditar que existe algo maior e que estar neste plano é somente uma passagem para algo muito mais grandioso, que mesmo não sentindo a mão do criador nos segurando podemos imaginar que seus olhos nos vigiam e protegem.
Fato é que o sofrimento que alguns padecem não é um castigo de Deus, que os infortúnios e as provações alheias são um mistério, é preciso compreender com discernimento, serenidade, sabedoria e autoconhecimento, olhar além da dor e ter fé para direcionar boas energias aos que padecem, continuar na busca dos saberes que orientam e fundamentalmente que um dia as aflições haverão de se findar. Existe um dito popular que almeja “força, fé e coragem”, é o que eu desejo pra nós.
Paulo C. Andrighe
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